Produtos típicos do interior baiano ganham valor agregado e conquistam mercado

Vitória da Conquista já é conhecida por seus biscoitos caseiros - Foto: Paulo Prado | Divulgação
Visitar diferentes regiões é também conhecer um pouquinho dos alimentos que só poderão ser encontrados com facilidade naquele lugar. É comum ver produtos regionais, feitos por pequenos produtores, em cidades menores. É o caso de Vitória da Conquista, conhecida pelos seus biscoitos, tão importantes que o Sebrae lançou em maio o projeto que visa incentivar e fortalecer toda a sua cadeia produtiva.
Além de fazer parte da mesa dos agricultores, frutas e verduras fresquinhas também são o sustento da família, atravessando fronteiras das cidades do interior e chegando às capitais, como alternativas mais saudáveis para a população, nos grandes supermercados. Em todo o país, a agricultura familiar representava o abastecimento de 84,4% do total de mais de 5,1 milhões de estabelecimentos. O Nordeste é a região com o maior número, e a Bahia também lidera o ranking, com 15%, de acordo com o último Censo Agropecuário do IBGE de 2006.
A vida do agricultor Bartolomeu Santana mudou depois que ele teve uma ideia inusitada. Em sua região, Batatan, comunidade rural do município de Maragojipe, a cultura do inhame era muito forte e o produto era consumido de diversas formas, mas ninguém tinha pensado em licor de inhame. Durante 15 anos, ele tentou encontrar o ponto ideal e há 10 produz e comercializa, além do licor de inhame, o de aipim. "Demorou tanto que até pensei em desistir, mas eu tinha certeza de que o negócio ia dar certo e continuei tentando. Hoje meu objetivo é patentear as receitas e quero que meus netos continuem", conta.
Toda a produção é feita por ele, sozinho, e o processo começa desde o plantio. Em casa, seu Bartolomeu leva cerca de oito dias para preparar o licor. No ano passado, chegou a fazer 700 litros. A expectativa agora é vender mais de mil litros. E ele garante: "Quem prova esses licores se apaixona. O sabor é muito sofisticado", afirma.
De olho nas frutas típicas da região de Uauá, no sertão da Bahia, a Coopercuc, criada há 14 anos, tem como base de sua produção o maracujá-do-mato e o umbu. Geleia, compota, doce cremoso e de corte e até cerveja são os fortes da cooperativa. Desde o ano passado, também são feitos licores das duas frutas, de forma caseira. A expectativa é vender quatro mil garrafas neste ano, diz Denise Cardoso, presidente da cooperativa.
"Criamos uma marca para os produtos e exportamos para várias cidades do país. Esse processo é muito importante para a valorização e fortalecimento das frutas nativas", comenta Denise.
Para apoiar esses e outros empreendimentos da agricultura familiar, a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), criou o Bahia Produtiva, programa que engloba a comercialização e produção, com investimento de 260 milhões de dólares, no período de 2016 a 2021. Além disso, a SDR atua também na organização dos empreendimentos.
Elisabete Costa, diretora de agregação de valor e acesso a mercadorias, explica que também são realizadas algumas ações específicas para período de festas, como o São João, que movimenta bastante a agricultura familiar. "Disponibilizamos no site alguns contatos de produtores para que os interessados conversem diretamente com eles", conta.
Café da manhã
Em Vitória da Conquista, Victor Fernandes há 12 anos está no ramo dos biscoitos e começou vendendo a produção caseira da sogra. Pouco tempo depois passou a produzir e hoje tem loja e fábrica, mas conta que a produção ainda é caseira. "São 22 pessoas e tudo é feito de forma artesanal", ressalta. Na loja Chalé do Biscoito tem de tudo: além dos protagonistas, claro, é possível encontrar bolos e tudo para compor a mesa do café, avoador, biscoito à base de polvilho, chimango, biscoitos parecidos com pão de queijo.
Josinete Viana, gerente regional do Sebrae em Vitória da Conquista, explica que o projeto Biscoito Caseiro foi pensado em parceria com o Movimento Pró-Conquista, como reconhecimento do valor histórico e cultural que os biscoitos têm para a cidade. "São muitos os empreendimentos do segmento. Fizemos um levantamento em 2017 e acabamos de apresentar o projeto para alguns parceiros", diz Josinete sobre as possíveis parcerias com Senai, Senac, a prefeitura, faculdades e bancos. (A Tarde)

2 comentários:

  1. Parabens para o senhor Bartolomeu, meu conterraneo, que acreditou na sua invenção!!! Não desistiu. Perseverou e hoje colhem os loros da sua fantastica invenção. Cruzalmense é assim, VENCEDOR!!! Parabéns Bartola. O senhor é o cara.

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  2. O biscoito voador é uma delicia!!! Eu amo meu filho ama também. É feito da fécula da mandioca, super calorico, e engorda que é uma beleza, más, amamos mesmo assim...

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