Jogo da internet, Song Pop é febre entre os baianos nas redes sociais


Alinne Rosa faz parte dos viciados em Song Pop
A definição está lá no dicionário: “Hábito ou costume persistente de fazer algo; mania. Dependência que leva ao consumo irresistível”. E o vício não precisa ser de drogas, lícitas ou não. Muitas vezes, é um comportamento que se instala na pessoa de repente. Uma febre – não no sentido fisiológico. Uso em uma frase: o Song Pop é o novo vício de muitos baianos. O início dessa quase epidemia entre usuários das redes sociais pode ser estabelecido em junho.
A ideia é parecida com a do programa Qual É a Música?, no qual o participante tem de adivinhar o nome da canção que está sendo executada. A coisa toda funciona assim. O usuário pode jogar pelo Facebook ou então baixar o aplicativo para usar no celular. Depois, é só desafiar um amigo das redes sociais para uma rodada do jogo – ou, então, é possível deixar que o sistema escolha um adversário desconhecido, de forma aleatória.
O usuário escolhe então um gênero entre as opções apresentadas, como pop, rock ou anos 80, por exemplo. Quando a primeira música começa a tocar, são apresentadas várias opções de respostas. Depois de responder todas, o mesmo desafio é enviado ao adversário – se ele não estiver online, pode participar em outra hora.
Ajudinha
Quem acertar mais respostas em menos tempo ganha três moedinhas virtuais. À medida que o tesouro vai aumentando, é possível usá-lo em benefício próprio, como ‘comprar’ gêneros mais específicos. Axé, trilhas de filmes, sertanejo, funk carioca e pagode são alguns deles. Ou pagar pela ‘ajuda dos universitários’, ou seja, eliminar algumas das respostas erradas.
Quem ainda não juntou moedinhas suficientes para as trocas pode também comprar com dinheiro real, usando cartão de crédito – cada pacote com 400 moedinhas custa US$ 2, ou R$ 4,06.
Quem curte muito o Song Pop é Alinne Rosa, 30 anos, cantora da banda Cheiro de Amor. “Uma vez, rolou até uma música minha. Na hora, foi muito engraçado mesmo. Aí não tem como errar, né?”, conta. Viciada confessa, Alinne – que resolveu testar o Song Pop depois de tanto ouvir uma amiga comentando – brinca sempre de noite, antes de dormir. “Meio sonolenta mesmo. Às vezes cometo um monte de erro bobo”, diz.
Um desses vacilos foi com uma música da banda Coldplay. “Como o tempo é um fator importante, nem ouço direito e já vou clicando na resposta que julgo certa”, afirma Alinne.
Dias atrás, ela contou em sua conta do Twitter que estava usando o joguinho. Logo, vários fãs começaram a mandar desafios. Alinne entrou na roda. “Tem uns fãs que são muito bons e ganham sempre. Aí ficam colocando na internet: ‘tô ganhando de Alinne Rosa de lavada no Song Pop’. Tem umas músicas que não estou muito ligada. Mas, na média, eu estou bem”, conta, entre risos. O estilo que Alinne vai melhor é a MPB. “Ah, aí eu arraso”, empolga-se.
Punk e seriados
O analista de sistemas João Andrade, 40, conta que se policia para não passar dos limites e ficar horas jogando. “Vicia muito. Se deixar, dá para jogar o dia inteiro”, afirma. Ele costuma jogar de manhã, antes de ir para o trabalho, na pausa na hora do almoço e também de noite, quando chega em casa.
Para isso, usa todo o arsenal tecnológico disponível: laptop, celular e tablet. Já jogou até enquanto esperava ser atendido no dentista, no corredor do prédio. Certa vez, um amigo e adversário frequente o desafiou com punk, estilo que ele pouco conhece. “Fui lá e comprei o pacote de temas de seriados”, diz João, que adora filmes e séries.
O vício pelo jogo já levou a empresária Luiza Almeida, 23, a atos extremos. Como não tem celular com internet, certa vez ela chegou em uma reunião de amigos e foi, literalmente, correndo para o quarto onde estava o computador do dono da casa.
Hoje, diz estar mais controlada. “O jogo é bom porque, com ele, testo os meus conhecimentos musicais e ouço músicas das quais eu nem lembrava mais, como as dos anos 90, que adoro”, explica. 
Para os compulsivos, o Ministério das Redes Sociais adverte: jogar Song Pop causa dependência. E as clínicas de reabilitação não têm acesso à internet.
"Imagem em Ação" virtual
 Seguindo o mesmo esquema de desafiar amigos, o Draw Something – Desenhe Algo, em inglês – é uma opção divertida para quem curte desenhar. Mas, em vez de músicas, o jogo envolve desenhos. E o autor da imagem é o próprio jogador.
Nos celulares e tablets com tela do tipo touchscreen – ou seja, sensível ao toque –, o desenho pode ser feito com o dedo. O aplicativo oferece diversas opções de traços e cores em níveis de dificuldade que vão do fácil – como desenhar a palavra ‘pizza’, por exemplo – ao avançado. “É uma boa forma de exercitar a criatividade.
É bem divertido e rápido, o sistema funciona bem”, afirma a designer Vicka Suarez, 35 anos. Antes restrito ao inglês, o Draw Something agora já oferece a opção para respostas em português. Para aqueles que têm saudades dos animados grupos de amigos jogando Imagem & Ação, é um prato cheio. E daqueles bem desenhados.

Fonte:Correio

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