“Estamos fechando ainda a tabela comparativa de 2021 com o ano de 2022 e realmente observamos que houve um aumento em torno de 15% a 20% do índice de roubos de cargas na região de Feira de Santana. Mas é um dado que não é tão preocupante quando levamos em consideração que desde o ano de 2017, na época que a média de roubos era de cerca 108, este número de ano a ano vem decrescendo.
O número decresceu até o ano de 2021, uma queda de 50% em relação a 2017 e neste ano houve uma pequena variação, uns 11 roubos a mais do que o ano passado, na região de Feira de Santana. Mas quando analisamos a região de todo o estado da Bahia observamos que houve redução em relação ao ano passado”, informou o delegado Gustavo, titular da Decarga.
Por outro lado, enquanto Feira de Santana apresentou um acréscimo de 11 roubos em relação ao ano passado, todo o estado baiano apresentou estabilidade. “Houve uma pequena redução, mas contamos com uma redução de 220 para 203 roubos, então acredito que de agora em diante vá estabilizar esse número. E a Bahia é um estado que apresenta baixos índices de roubos de cargas quando comparamos a outros estados da região Nordeste como Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Eu acredito que o estado de Pernambuco possui o dobro de ocorrência da Bahia”, disse.
Roubo e Recuperação de Cargas em 2021 em Feira de SantanaEntre os meses de janeiro a dezembro de 2021 foram observados 43 roubos de cargas e 17 recuperações.
O valor de recuperação foi de R$8.004.701,28. Roubo e Recuperação de Cargas em 2022Entre os meses de janeiro a dezembro de 2022 foram observados 54 roubos de cargas e 17 recuperações.
O valor de R$6.200.000,00 em recuperação de cargas demonstrou redução em comparação ao ano passado.
Envolvimento de motoristas em roubos de cargas
Conforme o delegado Gustavo Coutinho, há motoristas envolvidos com quadrilhas que se apropriam das cargas, vão à delegacia e prestam um Boletim de Ocorrência falso para aplicar golpes nas seguradoras.
“Eu participei de duas reuniões uma foi em Brasília e outra foi em Recife e todos os meus colegas comentaram que cerca de 70% a 80% dos casos que chegam à delegacia, após a investigação, descobre-se que o motorista está envolvido com a apropriação da carga que repassa para a quadrilha de receptadores. Então, na maioria dos casos não é um roubo, é um estelionato, uma apropriação, um furto praticado pelo próprio motorista”, revelou o delegado ao Acorda Cidade.
Analisando os gráficos de roubo de cargas em todo o Brasil, o aumento no número dessas ocorrências obteve seu ápice em 2017, e a partir desse mesmo ano o número começou a decrescer.
“A partir de 2017 começou a decrescer o número de roubo de cargas e eu acho que foi por causa da Tecnologia. Estão sendo empregadas muitas tecnologias pelas Transportadoras, pelas Seguradoras e isso vem dificultando. Os motoristas passam a pernoitar em lugares seguros, então eu acredito que agora nesse momento vai estabilizar o roubo de cargas tanto em Feira de Santana quanto na Bahia.
Muitas quadrilhas foram desarticuladas, nós temos o monitoramento de todos os indivíduos que atuam no roubo de cargas aqui na Bahia. O ideal é que não tenha nenhum roubo, mas eu acredito que os índices estão mais baixos no comparativo com outros estados. Na região Sudeste por exemplo, os números são de 10 a 20 vezes maiores do que na Bahia.
Nossa tendência é manter a Bahia estável e vamos batalhar e lutar sempre em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar, com as Coordenadorias Regionais para diminuirmos cada vez mais a incidência de roubos no nosso estado”, pontuou.
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