Também foi retirado do texto da proposta a possibilidade do CNMP rever ou desconstituir atos que se constituam como violação dos dever dos membros, passando a rever apenas atos administrativos. De acordo com o promotor Audo Rodrigues, a proposta gerou desconfiança e descontamento por parte dos membros do Ministério Público de todo o Brasil, pois visa engessar o trabalho do órgão e submetê-lo a questões políticas.
“O que está por trás dessa PEC, na verdade, é engessar a atividade do MP, para fazer, por exemplo, com que grandes conglomerados econômicos, numa atuação do Ministério Público do Trabalho, sobre o trabalho escravo, seja tolhida. Como também a atuação do MPE nas questões de improbidade, do meio ambiente, na área de saúde, na educação, no crime organizado, de uma forma geral. Aumenta-se o número de membros do Conselho Nacional, porém aumenta-se também essa gerência do governo federal na indicação de membros”, explicou o promotor. Para ele, o prejuízo maior com a aprovação dessa PEC será sentido pela sociedade, sobretudo os mais pobres. “Controlar legislativamente só tem uma conclusão: o prejuízo é para a sociedade, é tolher o Ministério Público, é fazer com que fiquemos de pés e mãos atados. A Justiça será para o pobre e para as pequenas situações. Já o colarinho branco, as organizações criminosas, o meio ambiente, o combate à corrupção, a escravidão, tudo isso ficaria alijado a qualquer tipo de investigação, de possibilidade de atuação do Ministério Público. É cortar as pernas e os braços. Da forma como está sendo proposta essa PEC é retirar qualquer tipo de atuação. É preocupante, é preciso reagir, a sociedade precisa ter noção do que está acontecendo”, destacou. (Acorda Cidade)
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