Suspeito de matar família queimada era irmão de criação da esposa

A polícia realiza buscas para encontrar o acusado - Foto: Ascom l Polícia Civil
O suspeito de atear fogo e matar a família, Gilson de Jesus Moura, 49 anos, era casado com a irmã de criação, Ana Cristina de Jesus Moura, 47, uma das duas sobreviventes da tragédia. Segundo a polícia, Gilson espalhou combustível nos corpos da mulher, dos filhos, da enteada e do filho dela e ateou fogo. Antes de fugir, ele trancou a casa para dificultar o socorro às vítimas. Cinco pessoas morreram na tragédia.
O cunhado e irmão de criação de Gilson, o pintor Júlio de Jesus Moura, 38, disse que se surpreendeu com a atitude do comerciante. "É muito difícil ver o que aconteceu. Nunca esperei que ele fizesse isso. É uma pessoa paciente, calma demais. Nem bebe. Ninguém esperava isso", disse o rapaz.
De acordo com ele, Ana e Gilson foram criados juntos, já que os pais dela o adotaram e o registraram como filho. Antes de se envolverem amorasamente, Ana e Gilson se casaram com outras pessoas e tiveram filhos destes relacionamentos.
Contudo, há 15 anos, após se separarem, eles resolveram se casar e tiveram quatro filhos: Thaís de Jesus Moura, 13, Carlos Alexsandro de Jesus Moura, 8 e Ayla Daniele de Jesus Moura, 4, única criança a sobreviver ao incêndio.
"Acho que foi negócio de ciúme. Ele ciumava demais dela. Domingo estava todo mundo brincando e bebendo e ele não gostou porque ela estava bebendo e dançando. Aí eles brigaram. Na segunda, brigaram de novo", disse Júlio, citando a possível motivação do crime do cunhado e irmão de criação.
Segundo o delegado Gustavo Coutinho, titulado do Departamento de Homicídios (DHPP) de Feira de Santana, na madrugada da segunda, após discutir com a mulher, Gilson ameaçou botar fogo na moto dela, mas pegou alguns pertences e saiu de casa, retornando só no fim da tarde.
Ainda segundo Coutinho, em 2015, Gilson tentou esfaquear a mulher. O caso foi registrado na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam).
Vizinhos revoltados
O clima nesta quarta entre os vizinhos do casal era de tristeza e revolta. O marceneiro Almir Carvalho, 44, foi um dos primeiros a chegar na casa. Ele contou que, por volta das 3h30, ouviu os gritos da mulher e das crianças e, quando chegou ao local, não teve muito o que fazer, pois o imóvel estava completamente em chamas.
Ana e Ayla foram resgatadas pelos vizinhos. Já as outras vítimas morreram trancadas em um dos quartos. "Quando cheguei, a menina de 13 anos (Thaís) estava sentada na janela com as pernas para o lado de fora da grade. Ela pedia socorro e dizia que não queria morrer. Não conseguimos fazer nada", contou.
O quarto onde as vítimas estavam tinha grade na janela. Além de Thaís, Carlos e Xayane, Emily de Jesus Moura, 16, e o filho dela Enzo de Jesus, morreram queimados. O quarto onde eles estavam foi trancado por Gilson após atear fogo, impedindo a saída das crianças do imóvel.
Buscas
"Desde que soubemos do fato, os investigadores daqui da unidade estão na rua atrás dele. Esperamos prendê-lo logo ou que ele se entregue com o advogado. Representamos pela prisão preventiva dele e o juiz de plantão já decretou oficialmente", afirmou o delegado. (A Tarde)

Nenhum comentário:

Postar um comentário